Os Nossos Filhos Não Nos Ouvem

Diogo apanha a roupa do chão! João arruma os brinquedos na caixa! Maria e Carlos venham jantar! Carolina veste o pijama agora! Beatriz vai deitar-te, já estás atrasada! Rita desliga o computador antes que fiques de castigo! Carlos ou vais estudar ou não vais sair este fim de semana! António estás sempre enfiado no quarto e já nem falas connosco!

Quem lida com crianças e jovens, com certeza se identifica com algumas (ou todas) destas a expressões, pois fazem parte do quotidiano dos pais e educadores.

Alguns pais relatam, nas sessões de Parentalidade Consciente, que os filhos não fazem ou respeitam o que eles pedem para fazer e que, por isso, se sentem incompreendidos, desrespeitados e ignorados pelos filhos, conduzindo a uma experiência de grande frustração!

Este sentimento de incompreensão ou desvalorização pode intensificar-se quando, à nossa volta, temos familiares “influencers” a opinarem sobre a situação baseados em experiências biográficas e sociais fundamentadas apenas na sua experiência.

O que pode ajudar os pais e educadores nestes momentos de conflito?

Definir as suas intenções para a sua Parentalidade e para os seus relacionamentos é fundamental, assim como tomar consciência da comunicação que estão a praticar com os filhos.

O que melhora na relação com os filhos, quando comunicamos de forma intencional e consciente?

Provavelmente, numa primeira fase, depende mais dos pais do que deles! Como assim?

Se estou a dar mais importância às opiniões externas, ou se não estou num estado de harmonia, não vou conseguir que me ouçam, porque vou comunicar com uma única intenção, a de suprimir as minhas necessidades e as dos outros!

Depois de definirmos as nossas intenções, podemos tomar consciência que certas atitudes ou comportamentos (tendo em conta a idade e capacidade emocional dos nossos filhos), podem ser mais adequados, para a relação.

Começar por perceber se o meu pedido, como pai, mãe ou educador, faz sentido é um bom primeiro passo para o relacionamento com o meu filho. Por exemplo, pedir que a criança arrume as t-shirts por cores, pode não parecer justo ou razoável para o meu filho, porque para ele não é importante.

Permitir que ele possa escolher quando quer fazer uma tarefa, sem que que eu imponha a minha urgência, pode evitar muitos conflitos. Por exemplo, permitir que a criança decida se quer tomar banho quando chega da escola ou antes do jantar ( para os mais pequenos).

Outra prática muito facilitadora para os relacionamentos é dar a escolher como uma coisa é feita. Atenção que dar a escolher não é ter como intenção manipular a criança com escolhas que são as mais confortáveis para o adulto. Por exemplo: “Sei que não queres ir ao médico, mas é necessário, então o que te pode ajudar durante o tempo de espera? ( um brinquedo, um livro, livros para colorir, um boneco, um jogo?)”.

Existem inúmeras ferramentas da Parentalidade Consciente que podemos usar para promover um relacionamento saudável e respeitador para todos. Aprender a gerir o tempo é igualmente importante e, pela minha experiência pessoal e profissional, pode ser das mais difíceis de colocar em prática. Refletir um bocadinho através das seguintes perguntas: “Como faço a gestão do tempo quando estou com o meu filho? (Foco-me na distribuição das tarefas ou tenho tempo de qualidade com ele?) e, ” Como faço a gestão do meu tempo pessoal? (foco-me em alimentar o Ter ou o Ser?)”, pode trazer bons insights!

“Como falar para as crianças ouvirem e Ouvir para as crianças falarem” livro das maravilhosas autoras Adele Faber e Elaine Mazlish, é uma boa sugestão para os pais que querem o relacionamento com os filhos através de abordagens muito práticas.

Outra boa sugestão, para melhorar o relacionamento com o seu filho, é a leitura do artigo do Blog da MindSteps, “Como Lidar Com As Birras Dos Filhos”  que partilho no Link abaixo:

https://mindstepscoaching.pt/como-lidar-birras-das-criancas/

Para terminar, reforço que a comunicação assertiva e empática é mais eficaz que a comunicação agressiva ou “impositiva” com as crianças, jovens e adultos e, é muito gratificante!

Experimentem e partilhem o resultado da vossa experiência!

 

Partilhe este artigo!

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Artigos Relacionados

Veja também outros artigos que lhe poderão interessar