“E se não agora, então quando?”
Esta é a frase com a qual o extraordinário psicólogo e jornalista Daniel Goleman termina o seu célebre livro “Inteligência emocional”.
Quando li esta questão, senti-me inspirada, refleti sobre o que apendi durante a leitura do livro e tomei consciência que já contribuo e influencio algumas pessoas próximas relativamente à importância da aprendizagem emocional. No entanto, tomei também consciência que ainda tenho muito espaço para crescer e influenciar outros, pelo que me questionei:
“E se não agora, então quando estamos a pensar promover a educação e a literacia emocionais nas escolas e nas famílias?”
“E se não agora, então quando vamos capacitar as crianças, jovens e adultos com inteligência intrapessoal, para que sejam socialmente responsáveis, ajam de forma adequada nos seus relacionamentos e vivam plenamente num mundo mais consciente e empático? “
“E se não agora, então quando vamos promover nas escolas, nas famílias e nas empresas a autoconsciência emocional, a gestão das emoções, a empatia e a promoção de relacionamentos saudáveis?”
Acredito que podemos todos aprender, independentemente da idade ou de qualquer outra condição, contudo, temos que estar despertos e interessados em reforçar o alicerce da aprendizagem emocional, tão importante para o crescimento saudável da nossa sociedade.
Se a nossa missão de promover a literacia emocional for ainda alargada para fora do espectro pessoal e familiar, podemos influenciar positivamente outros contextos com pequenos gestos, como despertar a consciência do “outro” através de perguntas, reflexões empáticas e de escuta ativa, sem cobrar, julgar ou ignorar os sentimentos do “outro”.
A nossa família é uma Instituição poderosíssima para a promoção de novos padrões comportamentais, no entanto, é fundamental que as instituições de ensino se juntem à família para que possamos alcançar um resultado concertado e com muito mais impacto para todos, sem exceção ou exclusão.
Estudos científicos já comprovaram que a inclusão de programas escolares que desenvolvam as competências emocionais dos alunos em todas as faixas etárias, melhora o seu desempenho académico e o seu nível de aprendizagem e promove a empatia, a responsabilidade pessoal, a capacidade de lidar com o stress, o controlo da impulsividade, a sensibilidade aos sentimentos dos outros, a compreensão das causas dos sentimentos, a tolerância à frustração e a motivação, contribui para escolhas ajustadas à resolução de conflitos e etc, etc, etc.
Acredito que promover a literacia emocional e o autoconhecimento junto dos adultos seja igualmente potenciador e muito possibilitador para quem deseja viver alinhado com a sua essência e desenvolver relacionamentos saudáveis e empáticos.
E se não agora, então para quando a prática da Parentalidade e dos Relacionamentos Conscientes?”