Semear Emoções, Colher Evolução

Para o meu desenvolvimento pessoal foi fundamental conhecer, sentir e expressar as minhas emoções e sentimentos.

Grande parte dos adultos foi educada para não manifestar os seus sentimentos e com pouco diálogo “emocional” na relação parental, e, por isso, ainda que sem consciência disso, os adultos muitas vezes escondem, negam ou ignoram o que sentem, e fazem o mesmo no relacionamento com os filhos/educandos.

Reprimir e ensinar a reprimir as emoções está na base da criação de traumas que se perpetuam por toda a nossa vida, condicionando respostas não adaptativas que limitam a nossa felicidade e os resultados nas diferentes áreas da nossa vida.

Em diferentes contextos, a sociedade ainda condena a manifestação de emoções por parte das crianças. Birras, raiva e frustração são reprimidas sem que se procure compreender a necessidade que lhes subjaz. É importante ensinar às nossas crianças que as emoções em si não são destrutivas e ajudá-las a desenvolver ferramentas de regulação emocional que permita uma expressão mais adaptativa das emoções. Mesmo em idades mais precoces em que o cortéx pré-frontal ainda não está totalmente desenvolvido, é possível prestar atenção à criança e às suas necessidades de forma a permitir que se sinta acolhida e amada.

Como devemos agir perante uma birra num supermercado com uma criança de dois anos?

Como adultos, devemos reconhecer o desafio que a situação nos coloca e procurar regular as nossas emoções, validando os sentimentos da criança e acolhê-la até que se sinta tranquila e segura.

Acredito que esta resposta possa intrigá-lo atendendo ao modelo educacional que recebemos e que ainda impera na sociedade, assente na punição, no castigo, na recompensa e na recriminação. No entanto, é um modelo que se tem revelado ineficaz no desenvolvimento de crianças e adultos saudáveis, obrigando-nos a um reposicionamento.

Sei que este é, também, um grande desafio pessoal, mas se refletirmos nas vantagens que tem a promoção de uma comunicação mais emocional na formação estrutural de uma criança (relembrando a nossa infância, juventude e fase adulta), vai ser fácil concluir que o caminho deve ser o do respeito pela integridade da criança, a autenticidade e coerência ética.

Continuar a rotular de mal-educadas, más, choronas, birrentas, com um feitio igual ao do pai ou da mãe e que são os reis da família, a crianças que fazem birras, é concordar com um modelo educacional que desrespeita a integridade da criança e não a ensina a reconhecer as emoções e a expressá-las adequadamente de forma autêntica.

Como adultos, é fundamental treinar a nossa linguagem emocional e incentivar os nossos filhos/educandos a fazerem-no, pois só assim vão conseguir criar uma conexão saudável com os pais/educadores e com o mundo!

 

Que semente quer colocar hoje a germinar no seu filho?

A semente da promoção de uma educação em que é permitido expressar e viver as suas emoções, ou a semente do faz de conta?

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