A convite da MindSteps, a Dulce Mestre, Professora de filosofia, escreveu um artigo sobre a importância do questionamento, um tema de grande relevância para o desenvolvimento do pensamento crítico e de adultos resilientes e felizes.
Espero que apreciem!
Na nossa relação com o mundo, e com os outros, fazemos e procuramos dar resposta a todo o tipo de perguntas. Elas estão presentes no nosso dia- a- dia, surgem nas diferentes fases da nossa vida e a propósito de tudo e mais alguma coisa. E há também aquelas perguntas que só sentimos necessidade de colocar de vez em quando e, por vezes, quando a vida nos confronta com situações limite.
Na realidade, o ser humano é um ser curioso, tem necessidade de conhecimento, seja este de que natureza for e é por isso que, na busca de respostas, navega num oceano de perguntas.
Fazemos perguntas mais ou menos simples como: O que é o almoço? Quando é que começam as aulas? A que horas é a festa do João? Que fruto é aquele? Como se faz a torta de laranja da avó? O que é que eu quero ser quando for grande?
Fazemos também perguntas que têm resposta rigorosa e objetiva como: O que é a água? Porque é que os meus olhos são azuis iguais aos da minha mãe e não castanhos iguais aos do meu pai? Qual a causa de um terramoto? Como combater o vírus da gripe?
E também fazemos perguntas como: Quem somos? Donde vimos? Para onde vamos? Qual o sentido da vida? O que é o tempo? Será moralmente correto os seres humanos morrerem à fome? O que é a felicidade? O que é uma sociedade justa?
Ora todas as perguntas que fazemos são muito importantes. Umas procuram dar resposta aos problemas que se colocam no nosso dia- a -dia e, por isso, não podemos sobreviver sem elas. Outras questões remetem para respostas que procuram explicar, de forma científica, como funciona e como é a realidade. Outras interrogações ainda, não menos importantes, procuram dar resposta às perguntas que têm a ver com a essência do ser humano, com a humanidade do ser humano que é cada um de nós.
Acabamos, mais ou menos, por ir respondendo às questões do dia-a-dia e até às questões científicas mas, coisa estranha, as questões mais difíceis são aquelas questões que mais nos dizem respeito e às quais, desde sempre, o homem se esforça por responder. Não obstante, estas continuam a ser questões em aberto. Cada um de nós encontrará as suas respostas para estas perguntas ao mesmo tempo que procura descobrir quem é.
Em jeito de nota final, podemos viver/sobreviver sem o levantamento destas questões tão especiais, mas é impossível viver plenamente, e sentirmo-nos realizados, sem pelo menos nos esforçarmos por lhes responder, pois estas são, na sua essência, as questões humanas fundamentais sobre o sentido da vida e da existência.
Dulce Mestre
Artigo redigido por Dulce Mestre, Professora de Filosofia e apaixonada pela temática do Coaching para Jovens.